sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PRECISAMOS FALAR A MESMA LÍNGUA

Estou escrevendo este artigo num dia muito especial para mim: 15 de outubro, o Dia do Professor. Sempre que acordo neste dia e recebo os parabéns dos meus familiares, penso comigo mesma: valeu a pena toda a trajetória para chegar até aqui. Eu sou reconhecida profissionalmente!
Vocês podem até pensar: ser reconhecida pela família não é mérito nenhum; afinal, são os entes queridos... Eu digo que é justamente o contrário: é na família que tudo começa. Sempre ouvi minha mãe falar, com entusiasmo, sobre seus professores de infância e a importância que eles tiveram para sua formação, como exemplos de profissionais competentes e pessoas dignas. A mesma fala veio de meus avós e tios.
Durante toda a minha jornada escolar, estive diante de professores que desempenhavam seu papel como profissionais do ensino de forma séria, respeitável e carismática. Meus professores – tenho-os todos carinhosamente em minha memória (até os mais carrancudos) – formaram, para mim, uma segunda grande família. De vez em quando, ouvia, aqui e ali, uma história desses professores, que falavam a respeito de seus professores e de como eles foram influenciados por mestres tão queridos, a ponto de sempre tê-los na lembrança como pessoas fundamentais na sua formação pessoal e profissional. Falavam com tanto respeito, que ficava claro para mim o laço afetivo que havia se criado entre eles (como numa família).
Por isso, quando, hoje, recebo os cumprimentos sinceros e/ou os presentes (isso mesmo: eu ganho presentes neste dia!) de meu marido (orgulhoso de ser esposo de uma professora), de minhas filhas (orgulhosas de serem filhas de uma professora), de meus pais (orgulhosos de serem pais de uma professora), de meus irmãos (orgulhosos de serem irmãos de uma professora), de minha sogra (orgulhosa – podem acreditar! – de ter uma nora professora), o mais óbvio e único sentimento que posso ter é o orgulho. Não o orgulho soberbo, mas aquele vindo do fato de ter conquistado um lugar ao sol com a minha profissão, que muito me ensinou e tem ensinado a crescer também como pessoa, como cidadã.
Foi na família que aprendi a respeitar o professor e é na família que encontro o respeito por ser professora. A sociedade é formada pelas muitas famílias que falam sobre aquilo de que gostam, que anseiam e que respeitam. Portanto precisamos falar a mesma língua e continuar perpetuando, todos os dias, o orgulho de ser professor ou de se ter um no nosso convívio. Todo o restante é consequência disso.
A todos os mestres (formais e informais), o meu grande orgulho!

(Artigo publicado na coluna No quintal das palavras - Lagos Jornal)